quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Certeza desfeita


Neste mesmo dia, há exatamente um ano atrás, dois sorrisos e dois corações irmãos e saltitantes foram ao encontro de dos pares de olhos cintilantes, irmãos e igualmente apaixonados. 
Aqueles quatro permaneceram juntos ali, na varanda de uma casa, em uma cidadezinha qualquer, num canto bem escondido deste vasto mundo. 
Algum tempo depois, em um caminho de volta, aquelas quatro almas sorriam, mesmo com a certeza de que ao chegarem no fim daquela estrada se separariam novamente. Não importava. Na verdade, as despedidas para eles eram apenas a certeza de um reencontro que vinha todos os dias com o nascer do sol. Talvez alguém nascesse naquele dia, talvez alguém fosse embora junto com o sol, mas nada mudaria. 
Bem, era o que eles pensavam. Hoje, um ano depois, os dois casais alegres estão separados por um oceano, e já não há mais a certeza do amor, nem de um reencontro. Para cada um, restou a companhia de um irmão e a certeza do nascer e do pôr-do-sol. 



terça-feira, 8 de novembro de 2011

Um coração pra colorir.

Pássaros como olhos.
Nuvens nas bochechas.
 Pássaros, nuvens e boca.
Os pássaros se tornaram um riso e
as nuvens se juntaram em uma boca.
O rubor do entardecer lhe corou o rosto
e o rastro dos aviões, lhe deram como presente
um cabelo nagô, das cores do arco-íris,
para colorir-lhe o coração,
 que há de bater em seu peito um dia.
Quem sabe...