terça-feira, 17 de abril de 2012

Sobre sentimentos comuns e o tempo de sempre

Era uma vez uma menina com nome de lanche, dona de olhos verdes repletos de faíscas de arco-íris, onde a cor amarela se destacava e lhe dava um ar meio assustador e misterioso no olhar que fazia com que as pessoas se encantassem por ela. Ah, aquela garota, ela era meio destrambelhada, tinha um coração puro e senso de humor incomum para as mesmas de sua idade. Não havia quem não sorrisse perto dela, se alegrasse com sua chegada e entristecesse a sua partida, era instantâneo, a sua áurea iluminada e cristalina fazia com que isso acontecesse.
Um belo dia, a moça destrambelhada no seu descompasso habitual se bateu com o Deus do Tempo – não me pergunte que cara ele tinha, esta história não é minha. Ela pediu que este voltasse atrás e a devolvesse um velho amor. Suplicou que lhe enviasse junto ao Deus do Vento, para que bagunçasse o seu cabelo com suas mãos durante um beijo, e a deixasse bêbada com o seu cheiro entorpecente.
O tempo recusou sua proposta e lhe disse que mesmo que pudesse o vento não aceitaria trazê-lo. Afinal, nenhum deles volta, seguem apenas passos contínuos e ritmados em direção ao futuro. Ah, esses dois, nos curam, trazem leveza e levam mágoas para a tenda do esquecimento. Porém, por outro lado, são também impiedosos, já que, passam, e passam rápido, sem olhar para o que ficou nos obrigando a ir junto, nos fazendo passar deixando alguns de nossos amores.
Dos olhos lindos daquela garota brotaram diamantes líquidos que escorregavam pela sua face deixando o verde de seus olhos embaçado, talvez, agora mais do que nunca, ela entendesse o quanto é difícil lidar com as coisas, os amores e os deuses que jamais voltam atrás. Quisera eu não saber o que ela sentiu neste dia e sobre o que não volta mais...